Rádio Iúna FM

Free Shoutcast HostingRadio Stream Hosting

Visitas Diarias

sexta-feira, 27 de maio de 2011

uma musica para alegrar os animos

Capoeira, é defesa, ataque
a ginga de corpo e a malandragem,
Capoeira
é defesa, ataque
a ginga de corpo e a malandragem
São Fransisco Nunes
Preto Velho meu avô
Ensinou para o meu pai
Mas meu pai não me ensinou;
Capoeira
é defesa, ataque
é ginga de corpo e a malandragem
O Maculelê
é a dança do pau
Na roda de Capoeira
é no toque do berimbau;
Capoeira
é defesa, ataque
é ginga de corpo e a malandragem
Eu já tive em Moçambique
Eu já tive em Guinè
Tô voltando de Angola
Com o jogo de Malè;
Capoeira
é defesa, ataque
é ginga de corpo e a malandragem
Se você quer aprender
Vai ter que praticar
Mas na roda de Capoeira
É gostoso de jogar, Capoeira
é defesa, ataque
é ginga de corpo e a malandragem

segunda-feira, 9 de maio de 2011

a capoeira e suas diversas lutas

Aos 23 de novembro de 1900, início de um novo século, no bairro de Engenho Velho, freguesia de Brotas, em Salvador, Bahia, nascia Manuel dos Reis Machado, o Mestre Bimba. Seu apelido, Bimba, ganhou logo que nasceu, em virtude de uma aposta feita por sua mãe e com parteira que o "aparou". Sua mãe, dona Maria Martinha do Bonfim, dizia que daria luz a uma menina. A parteira afirmava que seria um homem. Apostaram. Perdeu dona Maria Marinha, e o Manuel, recém-nascido, ganhou o apelido que o acompanharia para o resto da vida. Bimba é, na Bahia, um nome popular do órgão sexual masculino em crianças.
Seu pai, o velho Luiz Cândido Machado, já era citado nas festas de largo como grande "batuqueiro", como um campeão de "Batuque", "A luta braba, com quedas, com o qual o sujeito jogava o outro no chão".
Aos 12 anos de idade, Bimba, o caçula de dona Martinha, iniciou-se na Capoeira, na Estrada das Boiadas, hoje bairro da Liberdade, em Salvador. Seu mestre foi o africano Bentinho, Capitão da Cia. de Navegação Baiana. Nesse tempo, a Capoeira era bastante perseguida e Bimba contava: "naquele tempo, Capoeira era coisa para carroceiro, trapicheiro, estivador e malandros. Eu era estivador, mas fui um pouco de tudo. A polícia perseguia um capoeirista como se persegue um cão danado. Imagine só, que um dos castigos que davam a capoeiristas, que fossem presos brigando, era amarrar um dos punhos num rabo de cavalo e outro em cavalo paralelo. Os dois cavalos eram soltos e postos a correr em disparada até o quartel. Comentavam até, por brincadeira, que era melhor brigar perto do quartel, pois houve muitos casos de morte. O indivíduo não agüentava ser arrastado em velocidade pelo chão e morria antes de chegar ao seu destino: o quartel de polícia".
A essa altura, Bimba começou a sentir que a "Capoeira Angola", que ele praticava e ensinou por um bom tempo, tinha se modificado, degenerou-se e passou a servir de "prato do dia" para "pseudo-capoeiristas", que a utilizavam unicamente para exibições em praças e, por possuir um número reduzido de golpes, deixava muito a desejar, em termos de luta. Aproveitou-se então do "Batuque" e da "Angola" e criou o que ele chamou de "Capoeira Regional", uma luta baiana. Possuidor de grande inteligência, exímio praticante da "Capoeira Angola" e muito íntimo dos golpes do "Batuque", intimidade esta adquirida com seu pai, um mestre nesse esporte, foi fácil para Bimba, com seu gênio criativo, "descobrir a Regional".

Criada a Regional, Bimba deu, talvez, a sua maior contribuição à Capoeira: criou um método de ensino para esta, coisa que até então não existia. "O capoeirista aprendia de oitava", dizia o mestre. O que caracteriza a Capoeira Regional, é a sua "Seqüência de Ensino": Esta seqüência é uma série de exercícios físicos completos e organizados em um número de lições práticas e eficientes a fim de que o principiante em Capoeira, dentro do menor espaço de tempo possível, se convença do valor da luta, como um sistema de ataque e defesa. A seqüência é para o capoeirista o seu ABC. Ela veio contribuir de maneira definitiva para o aprendizado da Capoeira.
Porém até 1927 a Capoeira era completamente ilegal. Bimba conseguia alguns "tostões em vaquinhas", para pagar o delegado e poder ensinar a sua Capoeira por uma hora apenas; no fim desse prazo, o delegado aparecia com seus soldados e o pessoal "se mandava", corria mesmo, para tudo parecer real para o povo que assistia.
Foi assim que o Mestre Bimba com seus alunos fizeram uma apresentação em homenagem ao então deputado Simões Filho, fundador do jornal "A Tarde". O povo passou assim a tomar conhecimento do que era a Capoeira do mestre. Em 1934, no dia 3 de dezembro, no Festival Beneficente da Casa dos Mendigos, Bimba presta nova homenagem realizando uma exibição no Estádio de Brotas, o povo vibrou quando Bimba desferiu um "rabo de arraia" em Geraldo, tirando-o de combate, como noticiou "A Tarde". Em 1936, Bimba desafia qualquer lutador, de qualquer luta, para enfrentá-lo com a sua Regional. Foram realizadas quatro lutas e os adversários foram: Vítor Benedito Lopes, Henrique Bahia, José Custódio dos Santos (Zé) e Américo Ciência. A luta que durou mais tempo, marcou um minuto e dez segundos confirmando um apelido que Bimba possuía em seu bairro: "3 pancadas", que era o máximo que o adversário agüentava. Bimba vence todos e sagra-se campeão. Na ocasião prometeram um 'cinturão de ouro".
Conta o Dr. Ângelo Decânio (ex-aluno) que certa feita, o mestre lhe pediu um cinto do Exército e com ele, confeccionou um cinturão de campeão com tachas de sapateiro, e o pendurou na sala da sua casa. Dizia: "Me prometeram o cinturão, não me deram, resolvi fazer um!" Essas lutas foram realizadas na inauguração do Parque Odeon, na Praça da Sé. No dia 7 de fevereiro de 1936 o "Diário de Notícias" publicava: "O esporte nacional no Stadium Odeon, o capoeirista Bimba venceu brilhantemente seu forte adversário Henrique Bahia". Já o "Estado da Bahia" publicava: "O Bimba é bamba" e passa a descrever a luta, afirmando que o "Mestre Bimba projetou o seu adversário com um pontapé no peito".
Certa vez, apareceu em sua Academia, em um dia de "Formatura", um capoeirista que o desafiou. Os alunos queriam "pegar" logo o desafeto ao que o Bimba falou: "Deixem o rapaz, no fim da festa, acerto as contas com ele". Finda a Formatura, o Mestre chamou o desafiante para o "pé do berimbau", para jogarem a Capoeira. Assim que o capoeirista saiu de "Au", o mestre acertou-lhe uma violenta "benção" no rosto partindo-lhe os lábios e o nariz. O desafiante indagou: "O que é isso Mestre?" E o Mestre, alto, firme, seco e irônico: "É pé meu filho!" Nunca mais apareceu ninguém para desafiá-lo e à sua Capoeira Regional.

Ainda neste ano, o Mestre Bimba desfila no cortejo cívico do 2 de julho. O jornal "A Tarde" de 1° de julho de 1936 publicou na página 2: "A maior data da Bahia", ilustrando a matéria a foto do Mestre jogando e a seguinte legenda: "Mestre Bimba, famoso praxista da Capoeira, numa demonstração de sua especialidade, com alguns discípulos".
Em 1937, Mestre Bimba consegue registrar a sua escola de Capoeira na Secretaria de Educação, Saúde e Assistência Pública. O processo de registro leva o n° 305/1937/AP/NCL, assinado pelo Dr. Clemente Guimarães, Inspetor Técnico, e tem o seguinte teor:



Inspetor Técnico do Ensino o Sr. Manuel dos Reis Machado, Diretor do Curso de Educação Phísica, sito à Rua Bananal, 4 (Tororó), distrito de Sant'Anna, município da capital, concede-lhe para o seu estabelecimento, o presente título de registro, a fim de produzir os devidos efeitos.
Inspetoria do Ensino Secundário Profissional
Bahia, 09 de julho de 1937
Inspetor Técnico Ass. Dr. Clemente Guimarães

Em 1938 faz uma apresentação para o General Aleixo Pinto. Nesta oportunidade, o ex-governador Lomato Júnior era seu aluno no CPOR da Bahia, onde deu aulas por três anos no Forte do Barbalho.
Em 1949 vaio a São Paulo e lá seus alunos realizam uma série de lutas contra lutadores de outras modalidades, vencendo a maioria delas por nocaute. Um jornal da época publicou: "Clarindo derrotou Godofredo no 3° assalto" e continua: "Na luta final da noitada, Clarindo, que vem fazendo alarde de suas qualidades capoeirísticas, derrotou Godofredo (luta livre) no 3° assalto por nocaute, com um "rabo de arraia", que atingiu com precisão a nuca do contendor que desmaiou". Os resultados das lutas foram os seguintes:
  • 1ª luta: Evaldo (luta livre) x Abib (capoeira) - vencedor: Abib, no 3° assalto por nocaute
  • 2ª luta: Menezes (luta livre) x Perez (capoeira) - vencedor: Perez, no 3° assalto por nocaute
  • 3ª luta: Nagashima (luta livre) x Garrido (capoeira) - vencedor: Nagashima, no 2° assalto com "arm lock"
  • 4ª luta: Duro (luta livre) x Garrido (capoeira) - vencedor: Duro, no 2° assalto por estrangulamento
  • 5ª luta: Godofredo (luta livre) x Clarindo (capoeira) - vencedor: Clarindo, no 3° assalto por nocaute
Estas lutas foram realizadas no Ginásio do Pacaembu.
Em 23 de julho de 1953, quando fez uma apresentação no palácio, para o então Presidente Getúlio Vargas, ouviu deste o seguinte: "A Capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional". O Mestre Bimba torna-se assim o primeiro capoeirista a ser recebido em um palácio, pelo Presidente, e a exibir-se para os convidados do governo.
O Mestre conta que cera feita, na década de 30, apareceu em sua "Academia" um funcionário do Governo e entregou-lhe um ofício, convidando-o a comparecer no palácio. Pensou que seria preso, pois a Capoeira ainda era considerada coisa das pessoas de classe baixa, de marginais. Disse então aos alunos que se não voltasse, que continuassem lutando pela Capoeira, e olhassem por sua família. Ao chegar no palácio, tamanha foi sua surpresa, o Governador/Interventor Juracy Magalhães queria apenas que Bimba e seus alunos se exibissem em seu palácio para seus convidados. O Mestre foi e deu seu "recado", sendo bastante aplaudido no final, e deixando assim a Capoeira de ser mal vista pela polícia e pelo povo.
Em 7 de fevereiro de 1955, Bimba e seus alunos apresentam-se em Fortaleza, Ceará, mostrando no Teatro José de Alencar a sua Capoeira, em um show denominado: "Uma noite na Bahia". O jornal "O Povo" publicou: "Exibição de capoeiristas, hoje no José de Alencar".
Em 1956 faz 3 apresentações em São Paulo na festa da TV Record, patrocinada pelos Cronistas Sociais. Ainda em 1956, segue para o Rio de Janeiro e no dia 19 de julho apresenta-se no BI. No dia 23 leva seus alunos ao Maracananzinho e participa do "Festival de Ritmos e Capoeira" com o público vibrando intensamente e "querendo ver sangue" como noticiou o jornal "Tribuna da Imprensa".
Em 1968 vai a Teófilo Otoni, em Minas Gerais, e apresenta-se no dia 27 de julho no Cine Metrópole e no dia 28 na 5°f; Exposição Pecuária da cidade sendo aplaudido por quase 3 mil pessoas.
Em 7 de setembro de 1969 o Mestre Bimba comemora, no Nordeste de Amaralina, rua Sítio Caruano, onde ele possuía uma academia só para suas festas e apresentações, além dos treinos aos domingos, seus 50 anos de ensino da Capoeira Regional. A festa foi bastante emocionante, comparecendo velhos e novos alunos e o Mestre no final, jogou um pouco de Capoeira com seus alunos mais "chegados".

Ainda em 1968, no dia 26 de agosto, foi convidado para participar do "I Simpósio Brasileiro de Capoeira", realizado no Rio de Janeiro. Não vai, porém manda o Dr. Ângelo Augusto Decânio Filho (um aluno formado), como seu representante. No dia 18 de agosto do mesmo ano, a convite da Faculdade de Filosofia de Vitória - ES, apresenta-se no Ginásio do SESC. No dia 28 do mesmo mês, apresenta-se na Escola de Música na Semana do Folclore, em Salvador, onde foi com seus alunos para participar de debates com folcloristas baianos, provando sua tese de que a Capoeira Regional também era folclore. Em 18 de outubro de 1968 apresenta-se no Cajazeira Country Club, de Salvador, e no dia 23 de dezembro no Clube dos Engenheiros de Mataripe.
Em 1971 vai a São Paulo a convite de Airton Moura (Onça), para ser homenageado pelos capoeiristas paulistas e receber o título de Presidente de Honra da Associação K-Poeira.

Ainda em 1971, recebe convite para ir a Goiânia realizar um exame de alunos de Oswaldo Souza. Vai e fica empolgado com o tratamento recebido do povo e das autoridades locais.
Mais tarde, ao receber um telegrama convidando-o para uma apresentação em Goiânia, o Mestre vibra. Eis o que dizia o texto:



URGENTE MESTRE BIMBA RUA FRANCISCO BARRETO NR.1 SALVADOR BAHIA
Favor informar urgente possibilidade apresentação completa em Goiânia dias quatro cinco e seis junho próximo mediante cobertura passagens ônibus ida e volta hospedagem nossa conta mais gratificação dois mil cruzeiros confirme para Academia Regional de Capoeira Prof. Oswaldo Souza Rua Seis Nr. 211 2 andar Goiânia - Goiás. 7 de maio de 1971.



O Mestre foi e apresentou-se na Expo-Goiás 71. Na sua volta, falou muito de como tinha sido tratado em Goiânia, pelo prefeito e pelo governador, que inclusive o recebeu no palácio. Era a terceira vez em sua vida que tal fato acontecia, e tocou profundamente no Mestre. Mais empolgado ficou, quando soube que o Presidente Médici o tinha assistido e gostado muito. Convidado para ensinar a sua Capoeira em Goiânia não faltaram. Promessas também não, disseram que teriam uma escola só para ele já com vários alunos matriculados, que lhe dariam casas para a sua família, que seus filhos estudariam em colégios bons, que ele, o Mestre, seria professor de Educação Física e Capoeira na Universidade Federal de Goiânia. Bimba estava empolgado, o apoio que sempre lhe faltou na Bahia, o reconhecimento que sempre esperou para a sua arte, parecia ter chegado com este convite. O professor Oswaldo chegou a Salvador e ultimou os detalhes da ida de Bimba para Goiânia. Na época, Oswaldo falou ao Mestre que já tinha comprado as casas para suas famílias e que as mesmas já estavam mobiliadas, que tinha, inclusive, vendido o seu carro para cobrir as despesas. Tudo um verdadeiro "papo furado"! Quando o Mestre chegou em Goiânia, Oswaldo aproveitou para tomar algumas aulas de Capoeira com o Mestre, pois a que ensinava em Goiânia era altamente deficiente, como os alunos e o Mestre notaram. O Mestre começou a vender todos os seus bens; casas no Nordeste de Amaralina e no Alto da Santa Cruz (quatro ao todo), a sua academia do Nordeste por apenas 18.000,00 pagáveis em prestações mensais de 500,00, das quais, segundo Demerval, seu filho, só recebeu três. A Bahia estava prestes a perder a sua maior expressão folclórica e nada fazia! Bimba, o Mestre, estava indo embora...
No dia 23 de outubro de 1972 apresenta-se na Faculdade de Arquitetura de Salvador, durante a Semana de Cultura Popular, despedindo-se assim dos universitários baianos, que sempre o apoiaram. Nesta oportunidade um orador ia apresentar o Mestre e fazer algumas perguntas a ele. Pediram então aos organizadores que deixassem o Mestre à vontade, que o "soltassem" no palco que ele se encarregaria do "show". O Mestre "assumiu" e foi aquele espetáculo. A platéia vibrava com sua histórias e começou a aplaudi-lo de pé. Se despediu assim dos universitários em grande estilo! Naquele dia, diante de uma platéia exigente e inteligente, o Mestre mostrou o que é aprender com a vida, mostrou porque era aquele líder, aquela figura que os alunos obedeciam sem pestanejar. Mostrou porque era o capoeirista mais respeitado deste país.

O Mestre gravou dois discos. Um produzido por Alexandre Rabatto Filho com toques de berimbau, que é inclusive a trilha sonora do filme "Vadiação", de autoria do próprio Robatto, onde aparece o Mestre Bimba e seus alunos, filmado no Cine Teatro Guarani na década de 50; o outro foi produzido pela J.S. Discos com o título "Curso de Capoeira Regional Mestre Bimba", que trazia uma livreto com aulas de Capoeira.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

a origem da capoeira regional parte 2

 

 

Capoeira Regional e suas características

A Capoeira Regional é uma manifestação da cultura baiana, que foi criada em 1928 por Manoel dos Reis Machado ( Mestre Bimba ). Bimba utilizou os seus conhecimentos da Capoeira Angola e do Batuque (espécie de luta-livre comum na Bahia do século XIX) para criar este novo estilo.
Para fugir de qualquer pista que lembrasse a origem marginalizada da capoeira, mudou alguns movimentos, eliminou a malícia da postura do capoeirista, colocando-o em pé, criou um código de ética rígido, que exigia até higiene, estabeleceu um uniforme branco e se meteu até na vida dos alunos.
As características principais da Capoeira Regional são:
1. Exame de Admissão
Consistia de três exercícios básicos, cocorinha, queda de rins e deslocamento (ponte), com a finalidade de verificar a flexibilidade, força e equilíbrio do iniciante. Em seguida a aula de coordenação onde o aluno aprendia a gingar auxiliado pelo Mestre Bimba. Para ensinar a ginga, Mestre Bimba convidava o aluno para o centro da sala e frente a frente pegava-o pelas mãos e ensinava primeiramente os movimentos das pernas e a colocação exata dos pés, e em seguida realizava o movimento completo em coordenação com os braços. Este momento era importantíssimo para o iniciante pois lhe transmitia coragem e segurança.
2. Seqüência de Ensino de Mestre Bimba
O Mestre criou o primeiro método de ensino da capoeira, que consta de uma seqüência lógica de movimentos de ataque, defesa e contra-ataque, podendo ser ministrada para os iniciantes na forma simplificada, o que permite que os alunos aprendam jogando com uma forte motivação e segurança. Jair Moura, Ex-aluno explica: "Esta seqüência é uma série de exercícios físicos completos e organizados em um número de lições práticas e eficientes, a fim de que o principiante em Capoeira, dentro de um menor espaço de tempo possível, se convença do valor da luta, como um sistema de ataque e defesa". A seqüência original completa de ensino é formada com 17 golpes, onde cada aluno executa 154 movimentos e a dupla 308, o que desenvolve sobremaneira o condicionamento físico e a habilidade motora específica dos praticantes.
Os golpes integrantes da seqüência são:
Aú Armada Arrastão Bênção Cocorinha Cabeçada Godeme Galopante Giro Joelhada Martelo Meia Lua de Compasso Queixada Negativa Palma Meia Lua de Frente Role
3. Cintura Desprezada
É uma seqüência de golpes ligados e balões, também conhecidos como Movimentos de Projeção da Capoeira, onde o capoeirista projeta o companheiro, que deverá cair em pé ou agachado jamais sentado. Tem o objetivo de desenvolver a autoconfiança, o senso de cooperação, responsabilidade, agilidade e destreza. Os golpe que fazem parte desta seqüência são:
Aú Balão de lado Tesoura de costas Balão cinturado Apanhada Gravata alta



4 - Batizado
É um momento de grande significado para o aluno, pois encontra-se apto para jogar pela primeira vez na roda. Itapoan, Ex-aluno retrata o Batizado da seguinte maneira: "O Batizado consistia em colocar em cada calouro um nome de guerra. O tipo físico, o bairro onde morava, a profissão, o modo de se vestir, atitudes, um dom artístico qualquer, serviam de subsídios para o apelido". Fred Abreu referindo-se ao batizado, cita que na intimidade da Academia de Mestre Bimba ele assim se dizia "Você hoje vai entrar no aço". Desta maneira o Mestre avisava ao calouro que chegou a hora do seu batizado, era um momento de grande emoção, pois tratava-se de jogar capoeira pela primeira vez na roda amimada pelo berimbau. Para este jogo era escolhido um formado ou um aluno mais velho da Academia que estivesse na aula, que como padrinho incentivava ao afilhado a jogar, e após o jogo o Mestre no centro da roda levantava a mão do aluno e então era dado um apelido com o qual passaria a ser conhecido na capoeira.



5 - Esquenta Banho
Segundo Itapoan o "esquenta banho" originou-se da necessidade dos alunos de se manterem aquecidos. Logo após o termino da aula todos os praticantes corriam para o banheiro afim de tomarem uma chuveirada, no entanto o banheiro da academia era pequeno com um só chuveiro com água fina, o que proporcionava um congestionamento e a inevitável fila. Para não esfriar o corpo, os alunos mais velhos, normalmente os formados tomavam a iniciativa e começava o "Esquenta Banho". Este era um momento fértil da aula, pois se tratava do espaço do aluno, também chamado de "Bumba Meu Boi" ou "Arranca Rabo" devido aos freqüentes desafios para o acerto de contas, como exemplo, descontar um golpe tomado durante a roda. Muitos formados aproveitavam para testar suas capacidades desafiando dois, três, ou mais adversários. Também era muito comum o utilizar esse momento para o treinamento de golpes difíceis e sofisticados como: vingativa, rasteira, banda de costa e etc. 6. Formatura: A formatura era um dia todo espacial para o Mestre e seu alunos, um ritual com direito a paraninfo, orador, e madrinha, lenço de seda azul e medalha. A festa era realizada no Sítio Caruano no Nordeste de Amaralina na presença dos convidados e de toda a academia. Os formando vestidos todo de branco, usando basqueteira, atendiam o chamado do Mestre Bimba que solicitava a demonstração de golpes, seqüência, cintura desprezada, jogo de esquente (jogo combinado), em seguida a prova de fogo, o jogo com os formados, também chamado de "Tira Medalha", um verdadeiro desafio, onde os alunos formados antigos tentavam tirar a medalha dos formados com o pé, e assim manchar a dignidade e roupa impecavelmente branca. Itapoan descreve com muita propriedade, "O objetivo do formado antigo era tirar com um golpe aplicado com o pé, a Medalha do peito do formando, caso isso acontecesse, o aluno deixava de formar, o que era um vexame!". Por isso o aluno jogava com todos os seus recursos, enfrentando um capoeirista malicioso e técnico até o momento que o Mestre apitasse para encerrar o jogo. Aí, o formando conferia se a medalha continuava presa ao peito, que alivio estava formado! Dando continuidade ao ritual de formatura acontecia as apresentações de maculelê, Samba de Roda, Samba Duro e Candomblé.


7. Iuna
A Iuna é uma marca registrada da Capoeira Regional de Mestre Bimba, é um toque de berimbau criado pelo Mestre, que era tocado no final das aulas ou em eventos especiais, uma toque onde só os alunos formados tinham acesso a roda, com a obrigatoriedade de realizar um "jogo de floreio", bonito, criativo, curtido, malicioso e que deveria ter movimentos de projeção. Este jogo suscitava muita admiração e emoção.
8. Curso de Especialização
Este era um curso secreto onde só poderia participar os alunos formados por Mestre Bimba. Tinha como objetivo o aprimoramento da capoeira, com uma ênfase para os ensinamentos de defesa e contra-ataque de golpes advindos de um adversário portando armas como: navalha, faca, canivete, porrete, facão e até armas de fogo. Sua duração era de três meses divididos em dois módulos, o primeiro com a duração de sessenta dias e era desenvolvido dentro da academia através de uma estratégia de ensino muito peculiar do Mestre. O segundo com duração de 30 dias e era realizada na Chapada do Rio Vermelho, tinha como conteúdo as "emboscadas", a qual Itapoan assim se refere "Uma verdadeira guerra, verdadeiro treinamento de guerrilha. Bimba colocava quatro a cinco alunos para pegar um de emboscada. O aluno que tivesse sozinho, tinha que lutar até quando pudesse e depois correr, saber correr, correr para o lugar certo". Ao final do curso o Mestre Bimba fazia uma festa aos moldes da formatura e entregava aos concluintes um "Lenço Vermelho" que correspondia a uma titulação de Graduação dos Formandos Especializados.
9. MúsicasPodemos dividir em duas partes
A primeira referente aos toques de Berimbau, São Bento Grande, Santa Maria, Banguela, Amazonas, Cavalaria, Idalina e Iúna. A rigor cada toque tem um significado e representa um estilo de jogo. São Bento Grande é um toque que tem ritmo agressivo, indica um jogo alto com golpes aprimorados e bem objetivos, um "jogo duro".
A Banguela é um toque que chama para um jogo compassado, curtido, malicioso e floreado. Cavalaria é o toque de aviso, chama a atenção dos capoeiristas que chegou estranhos na roda, outrora avisava da aproximação de policiais. Iúna é um toque especial para os alunos formados por Mestre Bimba, incita um jogo amistoso, curtido, malicioso e com a obrigatoriedade do esquente. Santa Maria, Amazonas e Idalina são toques de apresentação. A segunda eferência é sobre as musicas - quadras e corrido.
As quadras são pequenas ladainhas com versos composto de 4 a 6 linhas. O corrido são cantigas com frases curtas que é repetido pelo coro. Plasticamente a Capoeira Regional é identificada pêlos golpes bem definidos, pernas esticadas, movimentos amplos, jogo alto e objetivo.
Fonte: 360graus.terra.com.br


Capoeira Regional

Graduação da Capoeira Regional

A Capoeira Regional segue o sistema de graduação do aluno como em outros esportes, a exemplo do Karatê, Judô, que usamos as faixas coloridas como o laranja, marrom, roxo e preto. A capoeira também recebeu esta influência, que originou os cordões. Só que a capoeira Regional dar seguimento a preferência e pela combinação das cores da bandeira brasileira, criada pela Confederação Brasileira de Capoeira (CBC), que vai do 1° ano ao 5° estágio e de aluno formado a mestre. Seguindo a ordem das cores: Verde, Amarelo, Azul, Verde-Amarelo, Banco-Azul e por último Branco.
Hoje temos observado que existe uma grande preocupação por parte do aluno em trocar logo de cordão, esquecendo a parte mais importante do esporte, o conhecimento, os valores dos golpes de defesa e ataque, ter consciência da importância de praticar o esporte, entender a filosofia, ter a convicção e a vocação do que realmente deseja, para exerce-lo com equilíbrio e disciplina.
Não adianta receber cordão e não saber onra-los, em outras palavras, não ser digno e nem ser capacitado, não ter competência. Não só em nível do esporte capoeira, mas como em qualquer outra modalidade do esporte.
Fonte: www.mpalmares.jex.com.br


a capoeira regional e sequecias de mestre bimba

Capoeira Regional

O Jogo

O jogo Regional, se caracteriza por ser jogado sob os toques da Capoeira Regional: São Bento Grande Regional, Idalina, Banguela, Amazonas, Iúna, segundo os princípios desenvolvidos pelo seu criador, Manoel dos Reis Machado, Mestre Bimba (1900-1947); quando Bimba começou a sentir que a "Capoeira Angola", que ele praticava e ensinou por um bom tempo, tinha se modificado, degenerou-se e passou a servir de "prato do dia" para "pseudo-capoeiristas", que a utilizavam unicamente para exibições em praças e, por possuir um número reduzido de golpes, deixava muito a desejar, em termos de luta. Aproveitou-se então do "Batuque" e da "Angola" e criou o que ele chamou de "Capoeira Regional", uma luta baiana. Possuidor de grande inteligência, exímio praticante da "Capoeira Angola" e muito íntimo dos golpes do "Batuque"(O Batuque, é uma luta braba, violenta, onde o objetivo era jogar o adversário no chão usando apenas as pernas) , intimidade esta adquirida com seu pai, um mestre nesse esporte, foi fácil para Bimba, com seu gênio criativo, "descobrir a Regional".
Não basta ser rápido qualquer toque para que se transforme em Regional o jogo. Tem regra. Tem jogo específico para os toques específicos, tem fundamentos próprios. Jogo Regional pode ser de fora, como também pode ser de dentro. Pode ser alto ou baixo. Pode ser jogado na manha do toque da Banguela, que o Mestre criou para acalmar os ânimos. Mas tem que ser marcado, sincronizado no toque do berimbau único que segura a roda e dá o ritmo do jogo. Não tem que disparar apressado que não possa mais cantar. Pode ser manhoso também. Regional tem força, garra, ritmo e muita ciência também.
As características principais da Capoeira Regional são:

Exame de Admissão

Consistia de três exercícios básicos, cocorinha, queda de rins e deslocamento ( ponte ), com a finalidade de verificar a flexibilidade, força e equilíbrio do iniciante. Em seguida a aula de coordenação onde o aluno aprendia a gingar auxiliado pelo Mestre Bimba. Para ensinar a ginga, Mestre Bimba convidava o aluno para o centro da sala e frente a frente pegava-o pelas mãos e ensinava primeiramente os movimentos das pernas e a colocação exata dos pés, e em seguida realizava o movimento completo em coordenação com os braços. Este momento era importantíssimo para o iniciante pois lhe transmitia coragem e segurança. Acordeon Ex-aluno do Mestre poeticamente diz " ... ELE ERA FORTE NA ALMA TINHA UMA FACA NO OLHAR QUE CORTAVA A GENTE DE CIMA A BAIXO QUANDO ESTAVA A ENSINAR...".

Seqüência de Ensino de Mestre Bimba

O Mestre criou o primeiro método de ensino da capoeira, que consta de uma seqüência lógica de movimentos de ataque, defesa e contra-ataque, podendo ser ministrada para os iniciantes na forma simplificada, o que permite que os alunos aprendam jogando com uma forte motivação e segurança. Jair Moura, Ex-aluno explica " esta seqüência é uma série de exercícios físicos completos e organizados em um número de lições práticas e eficientes, a fim de que o principiante em Capoeira, dentro de um menor espaço de tempo possível, se convença do valor da luta, como um sistema de ataque e defesa ". A seqüência original completa de ensino é formada com 17 golpes, onde cada aluno executa 154 movimentos e a dupla 308, o que desenvolve sobremaneira o condicionamento físico e a habilidade motora específica dos praticantes.
Os golpes integrantes da Seqüência são:
Armada
Arrastão
Bênção
Cocorinha Cabeçada Godeme Galopante
Giro Joelhada Martelo Meia Lua de Compasso
Queixada Negativa Palma Meia Lua de Frente
Rolê

1ª Sequência

Jogador 1 - Meia-lua de frente, meia lua de frente, bênção e aú com rolê.
Jogador 2 - Cocorinha, cocorinha, negativa e cabeçada.

2ª Sequência

Jogador 1 - Queixada, queixada, cocorinha, bênção e aú com rolê.
Jogador 2 - Cocorinha, cocorinha, armada, negativa e cabeçada.

3ª Sequência

Jogador 1 - 2 Martelos, cocorinha, benção e aú com rolê.
Jogador 2 - 2 cutilas, armada, negativa e cabeçada.

4ª Sequência

Jogador 1 - Godeme, godeme, arrastão e aú com rolê.
Jogador 2 - 2 parada de godeme, galopante, negativa e cabeçada.

5ª Sequência

Jogador 1 - giro, joelhada e aú com rolê.
Jogador 2 - Cabeçada, negativa e cabeçada.

6ª Sequência

Jogador 1 - Meia-lua de compasso, cocorinha, joelhada lateral, aú com rolê.
Jogador 2 - Cocorinha, meia-lua de compasso, negativa e cabeçada.

7ª Sequência

Jogador 1 - Armada, cocorinha, benção, aú com rolê.
Jogador 2 - Cocorinha, armada, negativa e cabeçada.

8ª Sequência

Jogador 1 - Bênção e aú de rolê.
Jogador 2 - Negativa e cabeçada.
Cintura Desprezada é uma seqüência de golpes ligados e balões, também conhecidos como Movimentos de Projeção da Capoeira, onde o capoeirista projeta o companheiro, que deverá cair em pé ou agachado jamais sentado. Tem o objetivo de desenvolver a auto-confiança, o senso de cooperação, responsabilidade, agilidade e destreza.
Os golpes que fazem parte desta seqüência são:
CINTURA DESPREZADA
Balão de Lado
Tesoura de costas Balão Cinturado
Apanhada Gravata Alta
______________
 Gravata baixa

Batizado

Momento em que o iniciante jogava pela primeira vez na roda com o acompanhamento de instrumentos. No batizado, o mestre escolhia o formando que jogaria com o calouro e então tocava "São Bento Grande", toque que caracterizava a capoeira regional. Para isso o calouro era colocado no centro da roda, onde o mestre escolhia um apelido a ele. Depois de definido o "nome de guerra" o mestre mandava o calouro pedir a "Benção" do padrinho, que ao estender a mão recebia uma Benção que o jogaria no chão.

Formatura

A cerimônia iniciava com uma roda de formados antigos para que as madrinhas e os convidados pudessem ver o que era a Capoeira Regional. Mestre Bimba ficava ao lado do som, que era formado por 1 Berimbau e 2 pandeiros, comandando a roda e cantando as músicas características da Regional. Terminada a roda, o mestre chamava o orador que geralmente era um formado mais antigo para falar um breve histórico da Capoeira Regional e do mestre.
Após o histórico, o mestre entregava as medalhas aos paraninfos e os lenços azuis (Graduação dos Formados) as madrinhas. Os paraninfos colocavam a medalha ao lado esquerdo do peito do Formado e as madrinhas colocavam os lenços nos pescoços dos seus respectivos afilhados. A partir dai os formados demonstravam alguns movimentos a pedido do mestre para mostrar a sua competência, incluindo os movimentos de "cintura desprezada", "jogo de floreio" e o "escrete" que era o jogo combinado com o uso dos Balões.
Para terminar, chegava a hora do "Tira-medalha" onde o recém formado jogava com um formado antigo que tentava tirar a sua medalha com qualquer golpe aplicado com o pé. Só então depois de passar por isso tudo é que o aluno poderia se considerar aluno formado de mestre Bimba, tendo direito até de jogar na roda quando o mestre estivesse tocando Iuna que era o toque criado por ele para esse fim. A partir dai só restava o curso de especialização que veremos a seguir.

Especialização

Tinha duração de 3 meses, sendo 2 na academia e 1 nas matas da Chapada do Rio Vermelho. Tratava-se de um treinamento de guerrilha, onde aconteciam as emboscadas, armadilhas e etc. , que consistia em submeter o formado a situações das mais difíceis, desde defender-se de 3 ou mais Capoeiristas, até defender-se de armas.
Terminado o curso, o mestre fazia a mesma festa para os novos especializados, e estes recebiam o lenço vermelho que representava a nova graduação. O aluno que se formava ou se especializava, tinha a obrigação de pendurar um quadro com a foto mestre, do padrinho, do orador, e a própria foto.
Fonte: capoeira_regional.vilabol.uol.com.br

a origem da capoeira de angola





 
Origem Histórica
A Capoeira Angola é um dos traço da manifestação da Africa Bantu no Brasil. Ela conserva sua essência no N'golo, ritual de passagem a vida adulta, onde as jovens são disputadas entre os jovens gurreiros das tripos e quem melhor se sobresair cabe o direito de escolher sua esposa dentre as jovens sem o pagamento do dote matrimonial.
A palavra Capoeira é de origem Tupi Guarani (indígena) significa um tipo de preparo do solo para o replantio (mato cortado rente ao solo) onde os negros ali se encontravam para prática do N'golo devido a obcessão do regimento escravista desenvolvia a alma física como instrumento de libertação.
Caracterização da Capoeira Angola
O Capoeirista Angoleiro busca compor seus movimentos com os movimentos do seu adversário, visando tornar o jogo coesco, como ume unidade. O seu senso estético lhe direciona à obtenção de uma sintonia eurrítmica usando movimentos expressivos, variados e ao mesmo tempo funcionais. A movimentação dos jogadores, visivelmente inspiradas em movimentos de animais silvestres, oferece uma grande liberdade e variedade de recursos aplicáveis às diversas situações do jogo que se desenvolve como uma trama, com diferentes passagens. O Capoeirista demonstra sua superioridade no espaço da roda, levando o adversário à confusão com perigo e a complexidade dos seus movimentos.
Naturalmente afloram dos jogadores inúmeras faces de temperamento humano: o medo, a alegria, a raiva, o orgulho, a compaixão, a indiferença e outros sentimentos que tormentam a intriga, exigindo o controle psicológico dos adversários num jogo de estratégia, em que as peças a serem movimentadas são as partes do própio corpo. Os capoeristas devem harmonizar o clima do jogo com o momento da roda, ou seja, jogar de acordo com o toque e o retorno que está sendo tocado pela orquestra, com o sentimento dos versos que estão sendo entoados pelo puxador e pelo côro.
Sagacidade, autoconfiança, lealdade, humildade, elegância são alguns dos fatores subjetivos que qualificam o Capoeirista Angoleiro, herdadas dos antigos praticantes do N'golo. O ser capoerista exige perfeito domínio da cultura, das tradições e do jogo, o toque dos intrumentos e o cantos das músicas.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

a origem da capoeira




Raízes africanas 
A história da capoeira começa no século XVI, na época em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão-de-obra escrava africana foi muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, também colônia portuguesa. Os angolanos, na África, faziam muitas danças ao som de músicas. 

No Brasil 
Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.

Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.

A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.

Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender os capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro.

Três estilos da capoeira 
A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.

o mestre que criou a capoeira regional no brasil

o mestre que criou a capoeira regional